Quando se visita a Catedral de Notre Dame, a deslumbrante catedral gótica que muitas vezes está incluída junto com a Torre Eiffel e com o Arco do Triunfo como símbolos icônicos de Paris, logo nos remetemos ao famoso filme “O Corcunda de Notre Dame”.
Mas o que muitos não sabem é que a igreja abriga uma das mais importantes relíquias do cristianismo, a Coroa de Espinhos que foi colocada na cabeça de Jesus Cristo em sua crucificação, onde os soldados romanos O ridicularizaram com o título de “Rei dos judeus”.
Há mais duas relíquias do cristianismo, além da coroa de espinhos, abrigadas no relicário da igreja de Notre Dame: Um fragmento da madeira da Cruz e um dos pregos usados para pregar Jesus na cruz.
Essa informação pode ser apenas um fato histórico para alguns, mas para os cristãos, essa informação transcende ao nível da fé, e assim foi conosco. Toda atmosfera do local mudou, sabíamos que íamos nos deparar com uma relíquia e cremos nos milagres advindos desse contato mais íntimo com Cristo.
Após entrarmos, depois de uma longa fila do lado de fora da Igreja (mas que anda rápido), estávamos extasiados com a possibilidade de pelo menos ver a coroa de longe, mas nos surpreendemos com toda a magia da cerimônia. A coroa não fica exposta como uma peça de museu, ela é acessível aos fiéis, todos tem a possibilidade de chegar perto e beijá-la. Essa informação nos foi dada por um dos cardeais presentes na cerimônia, que prontamente nos levou a entrada onde ficava o acesso as fileiras de bancos para nos sentarmos e esperarmos nossa vez.
Outro cardeal organizava uma fila interna, chamando fileira a fileira. E quando ele ficou em pé ao lado de nossa fila, isso significava que tinha chegado nossa vez de nos aproximar da coroa e beijá-la. Tomados de muita emoção e de muita fé, beijamos a coroa na certeza que aquele momento ficaria gravado em nossos corações. Que experiência, que momento.
Mas como a coroa foi parar em Paris e não no Vaticano?
A coroa de espinhos foi transferida de Jerusalém para Constantinopla em 1063. E no ano de 1238, o rei francês Luís IX pagou uma enorme dívida que Constantinopla possuía com os bancos de Veneza e recuperou a coroa de espinhos que estava penhorada nos bancos da cidade italiana. Na época o rei mandou construir a Igreja de Sainte-Chapelle (a Igreja Real), concluída em 1248, exclusivamente para guardar a coroa.
Durante a Revolução Francesa, muitas instalações e símbolos religiosos estavam sendo destruídos ou usados para outros fins. Com isso, para garantir a segurança, a coroa e outras relíquias religiosas, foram primeiro transferidas para a Abadia de Saint-Denis, depois terminaram sendo transferidas para a biblioteca nacional do país.
Apenas em 1801, Napoleão, em um acordo com o papa Pio VII, devolveu a propriedade das relíquias à igreja, e elas foram transferidas em 1806 para o relicário da Catedral de Notre Dame, a sede do Arcebispo de Paris, e está guardada lá até hoje.
Desde 1896, a Coroa Santa foi guardada em um tubo de cristal, com um grande detalhe no tubo feito em ouro representando um ramo de Ziziphus ou Spina Christi, o arbusto que foi usado para a coroação de espinhos.
Os galhos são ligados por fios de ouro que dizem representar os espinhos perdidos, que foram removidos ao longo dos séculos e hoje estão guardados em muitos outros locais sagrados.
Como visitar?
A Igreja a expõe aos fiéis durante uma missa realizada toda primeira sexta-feira de cada mês, a partir das 15 horas.
Também pode ser vista durante todas as sextas-feiras durante a Quaresma, às 15 horas. Com um horário especial na sexta-feira santa, sendo exposta, das 10h às 17h.
Quanto custa?
O acesso é gratuito, bastando entrar na fila e esperar a sua vez.
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Local
Igreja de Notre Dame
Parvis Notre-Dame / Place Jean-Paul II
Como chegar
Estação de Metro: Citar
Horário da Igreja
Segunda a sexta-feira, das 7h45 às 18h45;
Sábado e domingo, das 7h45 às 19h15.
Exposições da Coroa de Espinhos
Primeira sexta-feira do mês e todas as sextas-feiras durante a Quaresma, às 15 horas;
Exposição da Sexta-feira Santa, das 10h às 17h.
Fonte da imagem destacada: Marc-Antoine Mouterde, da Aleteia.org
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